quinta-feira, 14 de junho de 2012

Minha culpa, minha cruz


   Chego até aquilo que me abrigará nas próximas semanas. A visão está longe de ser agradável mas não há mais como evitar, chegou a hora. Sei que com o tempo posso me acostumar com a sua aparência nada confiável e a esse cheiro de peixe morto que invade minhas narinas e me causa enjoo, entretanto minha mente está ocupada de mais para de preocupar com estás questões mundanas agora. 
   Não posso parar de pensar nele, de pensar em como seria se estivesse aqui, em como nada disso seria necessário, sinto raiva dele não estar, não poder estar, mesmo sabendo que a culpa é apenas minha.
  Não há mais tempo para pensar nisto, nem desistir, só me resta seguir em frente e embarcar nesta falsa vida sem saber o que me espera do outro lado do oceano. Começo a subir em direção à proa, meu coração ardendo em arrependimento de ter apertado aquele gatilho da morte, morte esta mais minha do que dele.