domingo, 30 de novembro de 2014

Mergulho nas chamas


Podia mergulhar em águas limpas e claras, deixar o frescor do riacho lavar minha alma e purificar meus pecados. Mas ao invés disso, são as labaredas que atraem o meu olhar. O risco e a curiosidade em saber o quão quente é. A vontade de arder junto, mesmo sabendo que o destino é consumir-se em cinza e desaparecer como fumaça. Por que? Por que esse desejo por se queimar mesmo sabendo que a dor é inevitavel e as cicatrizes permanentes?
Como queria atrair-me pelo azul suave da água tanto quanto me atrai o azul profundo do teu olho, tudo seria mais fácil, mais certo, mais seguro.
Que vontade insana essa de brincar com o fogo, mesmo que o fogo pareça interessado em manter-me longe, mesmo que arda meus olhos com a fumaça e minha pele queime com as fagulhas ao me aproximar.
Insana, assim sou eu.  Insana mas feliz que a água seja assim, calma, limpa, pura e principalmente por que sei que posso usa-la para apagar de vez o fogo terminando com o risco de incêndio iminente. Queira Deus que eu tenha discernimento para vencer a insanidade, e, a tempo.


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